terça-feira, 17 de julho de 2007

O Esgoto e o Tapete




No esgoto se esgotam todas as coisas,
A maçã estragada com uma mordida arrependida, eu, você.
Estranho não querermos vê-lo, não pensarmos nele.
Deixar com que outro o veja, conviva com ele, sinta ele, pise nele.
Joga-se fora para não ver, não ter.
Em cima dos nossos olhos e
Embaixo do tapete a sujeira está,
Tentar não passar de qualquer jeito despercebido.
Qualquer um passa, e sente de início seu cheiro,
Indiscutivelmente reconhecível
Ele nos denuncia, está lá, aqui.
Joga-se fora nossa história?
Amigos de amigos de amigos;
Casais, famílias, máquinas fotográficas (digitais!).
Todos querem conhecer a cidade d’ouro,
suas casas assobradadas, praças, igrejas.
Missas, tapetes em serragens,
Procissões...
Destruição, exclusão...
O que não é história vai para o tapete,
Junto com tudo aquilo que outrora construía a tal História.
Sumo, aí vêm o esgoto e esgota.

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